sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Capitulo Dezesseis

Já eram oito horas da noite, na chácara estava tudo certo. Renato estava um pouco cansado, havia trabalhado o dobro do que os outros. O músico ainda não havia chegado, mas ainda não era hora da festa. Dentro de uma hora as pessoas começariam a chegar, mas Renato só se importava com a presença de uma

                                                                 * * *

Marjorie não viu a mãe o dia todo. Provavelmente havia saido enquanto ela ainda dormia. A cena, que ela nem sequer chegou a ver, ainda rodava em sua cabeça.
Nove horas da noite seu celular vibrou. No quarto toque ela atendeu, era Carolyn.

- Vai a festa ?
- Acho que não.. E porque tu não foi ver a Alice no hospital ?
- Meus pais não me deixaram sair, mas fui na casa dela hoje.
- E como ela está ?
- Melhor. Ei, vamos na festa cara, vai ser daora.
- Acho que não vai dar mesmo.
- Você quem sabe, se mudar de ideia me liga, vou sair as nove e meia.

Desligaram o celular.
Marjorie estava decidida a ficar em casa, não estava com ânimo para sair. Quando de repente viu uma atualização de George, se declarando para a sua atual namorada. Marjorie se enfureceu, viu que ele estava seguindo sua vida, enquanto ela havia parado. Mas por pouco tempo. Telefonou para Carolyn e as nove e quarenta e três estava a caminho da festa.

                                                                * * *
Sentada numa velha poltrona na sala, Alice via a vó tricotar, observava atentamente, esperando pelo momento em que ela cairia no sono. Ao fim do telejornal, Dona Jojô, já estava dormindo profundamente.
Vestiu uma blusa de frio e saiu pela rua. O destino era certo, já havia ensaiado milhares de vezes o discurso que faria. Mas quando chegou a casa da ex namorada a viu beijando um cara alto e moreno. Desacreditou no que seus olhos viam, os apertou para ter certeza, e era verdade. Ket estava beijando um cara, na porta de casa, e parecia feliz.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Capitulo Quinze

Marjorie passou a tarde toda com Alice, quando estava escurecendo a amiga finalmente começou a falar alguma coisa.

- Então, você vai na festa do Victor ?
- Acho que não...
- Porque ? - parecia surpresa
- Não acho uma boa ideia ir numa festa depois que minha amiga tentou se matar...
- Aff, não tem nada haver, acho que tu deveria ir.

Marje começou a achar estranho toda a insistência da amiga, afinal, o que ela estaria planejando ? Será que pensava em fazer algo que a presença de Marjorie atrapalharia ?

- Porque quer tanto que eu vá ?
- Pra esquecer um pouco o George.

O quarto se embriagou num pesado silêncio. Poucos minutos depois Marjorie resolveu ir para casa, dando a desculpa de que já estava tarde, mas a verdade era que tocar no nome de George a deixava furiosa.
Caminhou sozinha, pensando com seus botões. Da esquina de casa pode ver que um carro prata estava estacionado, deveria ser mais um "amigo" de sua mãe.
Entrou em casa sem fazendo o maior barulho que fosse, para o que quer que a mãe estivesse fazendo, parece imediatamente.
Ouviu uma conversa estranha, a mãe parecia alterada, nervosa, um homem gritava. Marjorie ficou a espreita do corredor, se alarmou quando ouviu um estralo, em seguida alguém caiu no chão, um choro abafado ecoou na casa. Minutos depois, um homem grande e forte passou por ela, sem dar a minima importância. Marjorie correu para sala.
Sua mãe estava sentada no sofá, com a maquiagem toda borrada e uma marca vermelha no rosto, provavelmente o sujeito havia lhe virado um tapa. Com as mãos tremulas tentava acender um cigarro.

- Que merda aconteceu aqui ? - perguntou Marjorie enfurecida.
- Nada, estávamos apenas conversando.
- Mãe, eu não sou uma criança, aquele filho da puta te bateu, não é ?
- Não sei do que você está falando, Marjorie. - Ela se levantou e foi para o quarto. Não saiu mais de lá de dentro até o outro dia pela manhã. Marje por diversas vezes, achou que escutava a mãe chorando.

                                                                        * * *
Renato acordou bem cedo, como havia combinado com Victor. Pegou a caminhonete dos pais emprestada, e mentiu dizendo que iria até a casa de um amigo jogar video game. Chegando a casa de Victor, o Sr. Ronald o mandou entrar, estava indo para o trabalho, ou saindo para trair a mulher, quem poderia ter certeza ?

- E ai cara... Já tá tudo certo. Vamos pegar as caixas de cerveja que deixei na garagem e colocar na caminhonete, mais dois caras vão colar lá ajudar a gente a organizar tudo. - Informou Victor, que nem deu tempo do amigo responder e já foi caminhando eufórico até a garagem.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Capitulo Catorze

No dia seguinte, Alice já estava em casa, mas ainda falava pouco.
Marje, telefonou para a casa de Ketelyn, tinha em mente um plano quase ridiculo, que só daria certo em um filme, ou algo assim. Contaria sobre a tentativa de suicídio para a mãe de Ket e esperaria que assim a ela permitisse o namoro das duas e todos ficariam felizes para sempre. Bom, na vida real, ninguém sequer atendeu o telefone.

                                                              * * *

Rick estava relaxando com seu violão, era sexta-feira, e ele não iria para aquele inferno de trabalho no final de semana. Ouviu batidas fracas na porta do quarto, era seu pai, gritou para que entrassem. Devagar a porta foi se abrindo, e a imagem de um homem acabado e derrotado surgiu. Seu Dirceu, era um homem respeitado antes da morte de sua esposa Sabrina. Trabalhador. Rick preferia lembrar do pai com a imagem que ele via com sete anos de idade. O herói, o protetor.
Agora Seu Dirceu era conhecido por arrumar confusões nos bares. O filho apenas temia que qualquer dia o pai caísse na sarjeta e por lá ficasse. Naquele final de tarde seu pai estava sóbrio, o que era raro de se ver.

- Filho, preciso conversar com você.
- Senta ai pai. - Apesar de Seu Dirceu não ser mais nem metade do homem que já havia sido, Rick ainda lhe devia respeito. O homem que aparentava ser bem mais velho do que realmente era, sentou-se na cama ao lado do filho. E com as mãos ásperas bagunçou o cabelo dele, como fazia quando Rick tinha apenas seis anos.
 - Você tem trabalhado muito ...
 - É, mas eu preciso, tenho que manter a casa...
 - Rick, escute seu pai, você tem 20 anos, mas está agindo como se tivesse 40. Eu sou um velho, maltrapilho... Não se preocupe comigo, mas com você e sua juventude.
 - Pai ...
 - Me escute, eu tenho razão. Até hoje você não veio me apresentar uma namorada sua, e sei que devem ter muitas garotas te querendo, porque tu é bonitão, como eu fui na sua idade. Pare de se esconder da vida atrás desse seu emprego, e vá curtir.
Seu Dirceu levantou e saiu do quarto, mas não foi para rua, beber, nem nada disso. Sentou-se no sofá com uma bacia de pipoca.
Rick ao ver a cena sorriu emocionado, não sabia se aquilo era só por aquela noite, mas que se dane, o amanhã poderia nem existir.

                                                                          * * *

Victor e Renato conversavam pelo MSN.

"Então cara, já tá tudo certo pra festa, aquele cara, tal de Rick vai tocar e tals."
"Daora mano, ele é bom ? "
"Sei lá, uns amigos meus que me falaram dele. Parece que é até daora o som que ele tira. Mas foda-se vai tá todo mundo muito loko msm."
" Pode crer.. Chamei a Marjorie. "
"Vish e ela vai ?"
" Não sei, disse que ia pensar."
"Hm. Ah, nem te contei, comi a amiga dela ontem."
"Qual ? "
" Carolyn... HAHAHAH' ela vai na festa também, mas ai você fica com ela, porque vai colar umas minas gostosas na festa e nem quero que tenha uma no meu pé, né. "
"Não vou ficar com ela, quero ficar com a Marje."
"A véi, não tem tu vai tu mesmo... Enfim, é amanhã em, vamos colar lá a tarde pra levar as bebidas. Flw."

"VICTOR SE DESCONECTOU."

Renato ficou com um pouco de pena de Carolyn, parecia ser uma garota esperta, mas não o suficiente para não cair nos jogos de Victor.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Capitulo Treze

Marjorie saiu apresada de casa, quando recebeu a ligação desesperada de Dona Joana. Já era tarde da noite, mas sua amiga acabara de tentar um suicídio. Parecia que as coisas iam de mal a pior.
Chegou no hospital com as pernas tremulas, por mais que avó da amiga já tivesse informado que ela estava fora de perigo. Carolyn não estava lá ainda, o que era estranho, pois saindo de casa havia telefonado para ela.
Passou rápido pela recepção. Dona Joana estava sentada em um banco próximo a porta do quarto da neta, observando em um silêncio quase fúnebre.

- Ela está dormindo ? Está Bem ? Eu posso vê-la ?  - Perguntou. Estava tão assustada que esqueceu completamente das formalidades.
- Ela está bem, antes de você entrar para vê-la, sabe me dizer o porque ela tentaria se matar ?

Marjorie refletiu um pouco, o motivo estava na ponta de sua língua, mas não sabia se valia a pena dizer. Negou com a cabeça, mas gritava que sim com o olhar, para não dar bandeira, encarou o chão.

- Está bem. Alice não quis me contar o motivo também, quando perguntei ela começou a chorar. Por isso deixei-a em paz... Se a miserável da mãe dela prestasse pelo menos pra vir vê-la... - Disse com rancor. Parecia que odiava a própria filha. Não, mães não odeiam os filhos, apenas se decepcionam com eles.
Marjorie conhecia Alice a pouco mais de um ano, e até então, nunca havia perguntado do paradeiro de sua mãe. Talvez, aquela não fosse a melhor hora para pensar nisso.
Marjorie entrou no quarto com cautela, não sabia em que estados de nervos da a amiga se encontrava. Mediu bem as palavras que iria dizer, pensou em discursos enormes, mas só o que conseguiu pronunciar foi:

- Tu me assustou.

A garota não respondeu, mas abriu os olhos e a encarou. Parecia envergonhada pelo que fez, ao mesmo tempo parecia triste por estar salva. Os canos de borracha já haviam sido tirados, ela estava apenas em observação. Mesmo assim o nariz ainda sangrava por causa da lavagem estomacal.

- Posso fazer só uma pergunta ? ... Foi por causa da Kety ?
Não houve resposta. O silêncio no quarto se amplificou.
Duas horas depois, Alice ainda não havia dito uma palavra s, e Marje já havia saído para fumar umas dez vezes. E até agora, nenhum sinal de Carolyn.

                                                                   

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Capitulo Doze

Majorie estava um pouco irritada, logo que desceu do ônibus  mas conforme passaram-se as horas do dia se esqueceu completamente daquele cara mal humorado, porém, muito atraente.
Estava deitada na cama com o celular na mão quando recebeu uma mensagem de Carolyn.

" Oww, o Victor me ligou e me convidou pra colar numa festa esse fds" 
 

Droga, com certeza ela iria ir. Será que não via que Victor era um idiota ?
De qualquer jeito, Marje não iria ir nessa festa pela amiga, nem pensar ! Se ela quisesse se ferrar que fosse sozinha.

"Hmm, e tu tá querendo ir ? "  - perguntou, a mensagem com a resposta demorou um pouco para chegar, para Marje a resposta era obvia, mas precisava perguntar antes de fazer um barraco.

"Não sei, acho que vai ser daora. Vai rolar uma festa na chácara do Renato, lembra dele ? Então, parece que vai dar mó galera ! " 

Renato ? Agora sim essa ideia de ir para festa lhe parecia ainda mais ridícula.

"Não sei se é uma boa ideia tu ir nesta festa, depois do que o Victor te fez ... " 
" Eu sei que parece meio ridículo, mas é só uma festa não vou ficar com o V. " 

Marjorie parou de responder a amiga, pois viu uma atualização de George no facebook.
"Alterou o status para namorando"
Ela respirou fundo, mas as lágrimas já tinham começado a rolar por seus olhos, borrando toda a maquiagem.  

                                                                        * * *
- Carolyn, seu pai e eu vamos sair.  - avisou a Sra. Laura da porta do quarto da filha. Ela e o marido eram o que pode se chamar de casal perfeito e animado.
- Tudo bem mãe.
Depois que ouviu o carro sair, Carolyn se levantou da cama e pós-se em frente ao espelho. Passou uma sombra colorida nos olhos, penteou o cabelo e o amarrou em um alto rabo de cavalo.
Meia hora depois a campainha tocou.
A garota correu, estava ansiosa. Chegou a porta da frente e observou pelo pequeno olho mágico; Era ele ! Enxugou as mãos úmidas no vestido leve, e abriu a porta com um sorriso largo. Ele lhe beijou os lábios e esperou o convite para entrar. Carolyn estava com as pernas um pouco moles, e um tipo de calor estranho havia tomado conta do seu corpo.
O convidou para entrar e foram para o seu quarto. Parecia que a voz de Marje ficava vagando pela cabeça dela, mas quando as palavras da amiga iam se encaixando em sua memória, Victor puxava seu corpo contra o dele e pronto, esquecia todos os conselhos.
                                                                       * * *
- Alice ? - Chamou Dona Joana. A neta estava debruçada sobre a escrivaninha e haviam alguns frascos e alguns remédios sobre a mesa. Jojo entrou em desespero, será que sua pequena Alice estava tentando se matar ? Oh céus, o que ela havia feito para merecer isso ?
Chamou uma ambulância. Dentro de alguns minutos, enfermeiros vestidos de um branco, que não trazia paz, carregavam sua neta para dentro daquele carro frio.

Alice abriu os olhos devagar, e demorou um pouco até entender onde estava e porque estava ali. Olhou para o lado, em uma poltrona, sua avó rezava um terço baixinho. Alice balbuciou qualquer palavra, mas sentiu uma dor aguda no nariz e na garganta, estava entubada. Um líquido negro escorria por aquele cano que entrava por seu nariz. Alguém havia a salvado de seu suicídio. A vó lhe ouviu resmungar. Largou o terço e gritou pelos médicos. Não havia mais perigo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Capitulo Onze

- Oi, pode conversar ?
"Puta que pariu, esse cara é um chato mesmo."
- Claro, senta ai.
- Olha Marje, eu sei que você nem me conhece, mas queria saber se você não tá afim de ir na minha festa no final de semana...
"Festa ? Desse cara ? Certeza que vai ser um saco"
- Ah, não sei, tenho que ver...
- Vai ser numa chácara, perto de um lago, vai dar mó galera.
- Como é seu nome mesmo ?
"Daora, ela nem lembra do meu nome..."
- Renato.
- Ah, é. Então, eu vou ver, qualquer coisa eu colo por lá. Agora tenho que ir.

Marjorie não tinha a menor pretensão de ir a tal festa, até porque, sequer havia pedido o endereço. Em passos largos foi para o ponto de ônibus, não queria dar trela para aquela conversa. A ultima coisa que ela queria era que ele pensasse que podiam ser amigos.

                                                                            * * *

Rick estava muito pensativo depois do encontro que tivera com Alice. Talvez a velha amiga, estivesse realmente certa, existia mais na vida do que trabalho. Enquanto pensava nisso sentiu que alguém se sentara ao seu lado no banco do ônibus. Um perfume forte, lhe entrou pelo nariz, e um cumprido fio de cabelo, vermelho fogo, caiu sobre sua calça surrada.
Olhou para o lado e teve a sensação de já ter visto aquele jeito agressivo de se vestir, e aquela insegurança nas mãos. A moça deve ter notado que estava sendo observada, pois virou o rosto e olhou para ele com ar de interrogação. Sim, ele já havia lhe visto, seria impossível esquecer aquela maquiagem carregada. Nem toda aquela sombra preta no olho conseguia disfarçar o pedido de socorro que se dilatava com a pupila. Aquele cheiro que vinha dela, era muito forte, ele começou a se sentir enjoado. Não queria puxar assunto, ela tinha cara de poucos amigos, e bom, ele também não era do tipo de pessoa que conversa com qualquer um. Olhou para a janela.

- HEY ! MEU TÊNIS ! - A estranha garota gritou com raiva. Um cara havia pisado em seu pé, alias ele nem deu importância, deu de ombro e desceu do ônibus. - Filho da puta.
Rick riu, e nem se dera conta que havia soltado uma gargalhada e não um riso baixo. Ela o encarou furiosa.
- Tá rindo de que ?
- Tanto drama por um tênis ?
- Não é o tênis, é a falta de respeito.
Assunto encerrado.
Ela devia ser só mais uma adolescente rebelde sem causa. Não valia nem cinco minutos de conversa. Quando o ponto dela chegou, sequer se despediram. Rick ficou um pouco confuso, mas logo esqueceu, tinha um longo dia de trabalho pela frente.

                                                          

domingo, 9 de dezembro de 2012

Capitulo Dez

- Victor ? - chamava o Senhor. Ronald da porta do quarto. Estava impaciente, alias, era impaciente. Sua esposa o irritava os nervos, tanto que ele mantinha um caso com uma antiga amiga. Era um homem baixo, sem grande beleza, os olhos miúdos e uma boca sempre zangada.
- Entra... - gritou Victor de dentro do quarto, ainda estava deitado na cama.
- Você precisa ir pro colégio, está atrasado.
O garoto pulou da cama, se vestiu rapidamente e entrou no carro. Quando chegou ao colégio, a primeira aula já havia começado. Biologia. Se sentou ao lado de Renato.

- Tá atrasado em.
- Avá. - respondeu com irritação. Renato parecia ter ficado ofendido, mas logo esqueceu. Falando baixo, para não despertar a atenção da professora, perguntou - E ai, vai rolar ?
- A chácara ? - Perguntou com ar maroto, em seguida, tirou do bolso da calça um chaveiro. - Claro que vai.
Victor sorriu. Essa seria uma das melhores festas que ele iria dar, tinha até chamado um cara para tocar, nada muito grandioso, apenas um cara que tocava violão e estava precisando fazer um bico. Mas ainda era quarta-feira, a festa demoraria muito para chegar.

                                                                       * * *

Na hora do intervalo, Marje estava sentada em uma escada, conversando com Carolyn, quando de repente um cheiro adocicado e enjoativo pairou no ar. Uma cara ainda mais enjoada, sorriu, um riso amarelo.

- O que você quer aqui Victor ? - perguntou Marje rispidamente
- Me desculpar...
- Não precisa me pedir desculpa. - respondeu
- Não é pra você, é pra Carolyn.
- Para mim ? A essa é boa. Desculpa pelo que ? Por ter me usado e me jogado fora ?
- Desculpa porque sou um idiota.
- Isso você é mesmo. - Marje se intrometeu, não conseguiria perder aquela oportunidade. Victor nem sequer prestou atenção no comentário, olhava fixamente para Carolyn, como se estivesse a seduzindo, hipnotizando.
- Eu estava louco aquele dia. Como pude deixar você daquele jeito ? Perdão, de verdade. Você é linda, maravilhosa, e se nunca mais quiser falar comigo eu entendo, mas por favor me desculpe.

"Que ridiculo" - Marjorie pensava. Discurso ensaiado, pura falsidade. Ela jamais cairia nisso, mas a amiga por outro lado permaneceu pensativa o resto da manhã.
Carolyn sempre dizia que todos merecem uma segunda chance. Mas Victor não merecia nem a primeira. Mesmo assim, toda aquela cena que o garoto fizera, lhe deixara mole.

                                                                 * * *
Na saída do colégio, Carolyn quase não conversou com a amiga, estava imersa em milhares de pensamentos confusos. Poderia ser mentira dele, mas e se não fosse ? De repente ele poderia ter realmente se arrependido.

- Não me diga que tu tá levando em consideração as coisas que aquele imbecil disse ... - Marjorie quebrou o silencio. A amiga a olhou rapidamente, como se fosse protestar, mas recuou e encarou o chão. - Não acredito nisso !
- Cara, ninguém pode ser tão escroto assim de fuder com alguém e não se arrepender !
- Ele é ! Ou você acha que foi a primeira mina que ele fez isso ?
- Uma hora as pessoas mudam.
- Então okay, vai em frente. - Apertou o passo, deixando a amiga para trás. Entrou no ônibus sem se despedir.

                                                                  * * *
Renato e Victor conversavam pelo MSN.

" Quantas pessoas vc tá pensando em chamar ? "
" Sei lá, umas minas gostosas e uns amigos... "
" Posso chamar a Marjorie ? "
" Tá zuando né ? A mina me fudeo na ultima festa..."
" Mas a chácara é dos meus pais..."
" Aff, chama então. Mas duvido que ela vá...."

Renato tinha planos para esta festa, ela iria ver que ele era um cara legal.