No dia seguinte, Alice já estava em casa, mas ainda falava pouco.
Marje, telefonou para a casa de Ketelyn, tinha em mente um plano quase ridiculo, que só daria certo em um filme, ou algo assim. Contaria sobre a tentativa de suicídio para a mãe de Ket e esperaria que assim a ela permitisse o namoro das duas e todos ficariam felizes para sempre. Bom, na vida real, ninguém sequer atendeu o telefone.
* * *
Rick estava relaxando com seu violão, era sexta-feira, e ele não iria para aquele inferno de trabalho no final de semana. Ouviu batidas fracas na porta do quarto, era seu pai, gritou para que entrassem. Devagar a porta foi se abrindo, e a imagem de um homem acabado e derrotado surgiu. Seu Dirceu, era um homem respeitado antes da morte de sua esposa Sabrina. Trabalhador. Rick preferia lembrar do pai com a imagem que ele via com sete anos de idade. O herói, o protetor.
Agora Seu Dirceu era conhecido por arrumar confusões nos bares. O filho apenas temia que qualquer dia o pai caísse na sarjeta e por lá ficasse. Naquele final de tarde seu pai estava sóbrio, o que era raro de se ver.
- Filho, preciso conversar com você.
- Senta ai pai. - Apesar de Seu Dirceu não ser mais nem metade do homem que já havia sido, Rick ainda lhe devia respeito. O homem que aparentava ser bem mais velho do que realmente era, sentou-se na cama ao lado do filho. E com as mãos ásperas bagunçou o cabelo dele, como fazia quando Rick tinha apenas seis anos.
- Você tem trabalhado muito ...
- É, mas eu preciso, tenho que manter a casa...
- Rick, escute seu pai, você tem 20 anos, mas está agindo como se tivesse 40. Eu sou um velho, maltrapilho... Não se preocupe comigo, mas com você e sua juventude.
- Pai ...
- Me escute, eu tenho razão. Até hoje você não veio me apresentar uma namorada sua, e sei que devem ter muitas garotas te querendo, porque tu é bonitão, como eu fui na sua idade. Pare de se esconder da vida atrás desse seu emprego, e vá curtir.
Seu Dirceu levantou e saiu do quarto, mas não foi para rua, beber, nem nada disso. Sentou-se no sofá com uma bacia de pipoca.
Rick ao ver a cena sorriu emocionado, não sabia se aquilo era só por aquela noite, mas que se dane, o amanhã poderia nem existir.
* * *
Victor e Renato conversavam pelo MSN.
"Então cara, já tá tudo certo pra festa, aquele cara, tal de Rick vai tocar e tals."
"Daora mano, ele é bom ? "
"Sei lá, uns amigos meus que me falaram dele. Parece que é até daora o som que ele tira. Mas foda-se vai tá todo mundo muito loko msm."
" Pode crer.. Chamei a Marjorie. "
"Vish e ela vai ?"
" Não sei, disse que ia pensar."
"Hm. Ah, nem te contei, comi a amiga dela ontem."
"Qual ? "
" Carolyn... HAHAHAH' ela vai na festa também, mas ai você fica com ela, porque vai colar umas minas gostosas na festa e nem quero que tenha uma no meu pé, né. "
"Não vou ficar com ela, quero ficar com a Marje."
"A véi, não tem tu vai tu mesmo... Enfim, é amanhã em, vamos colar lá a tarde pra levar as bebidas. Flw."
"VICTOR SE DESCONECTOU."
Renato ficou com um pouco de pena de Carolyn, parecia ser uma garota esperta, mas não o suficiente para não cair nos jogos de Victor.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Capitulo Treze
Marjorie saiu apresada de casa, quando recebeu a ligação desesperada de Dona Joana. Já era tarde da noite, mas sua amiga acabara de tentar um suicídio. Parecia que as coisas iam de mal a pior.
Chegou no hospital com as pernas tremulas, por mais que avó da amiga já tivesse informado que ela estava fora de perigo. Carolyn não estava lá ainda, o que era estranho, pois saindo de casa havia telefonado para ela.
Passou rápido pela recepção. Dona Joana estava sentada em um banco próximo a porta do quarto da neta, observando em um silêncio quase fúnebre.
- Ela está dormindo ? Está Bem ? Eu posso vê-la ? - Perguntou. Estava tão assustada que esqueceu completamente das formalidades.
- Ela está bem, antes de você entrar para vê-la, sabe me dizer o porque ela tentaria se matar ?
Marjorie refletiu um pouco, o motivo estava na ponta de sua língua, mas não sabia se valia a pena dizer. Negou com a cabeça, mas gritava que sim com o olhar, para não dar bandeira, encarou o chão.
- Está bem. Alice não quis me contar o motivo também, quando perguntei ela começou a chorar. Por isso deixei-a em paz... Se a miserável da mãe dela prestasse pelo menos pra vir vê-la... - Disse com rancor. Parecia que odiava a própria filha. Não, mães não odeiam os filhos, apenas se decepcionam com eles.
Marjorie conhecia Alice a pouco mais de um ano, e até então, nunca havia perguntado do paradeiro de sua mãe. Talvez, aquela não fosse a melhor hora para pensar nisso.
Marjorie entrou no quarto com cautela, não sabia em que estados de nervos da a amiga se encontrava. Mediu bem as palavras que iria dizer, pensou em discursos enormes, mas só o que conseguiu pronunciar foi:
- Tu me assustou.
A garota não respondeu, mas abriu os olhos e a encarou. Parecia envergonhada pelo que fez, ao mesmo tempo parecia triste por estar salva. Os canos de borracha já haviam sido tirados, ela estava apenas em observação. Mesmo assim o nariz ainda sangrava por causa da lavagem estomacal.
- Posso fazer só uma pergunta ? ... Foi por causa da Kety ?
Não houve resposta. O silêncio no quarto se amplificou.
Duas horas depois, Alice ainda não havia dito uma palavra s, e Marje já havia saído para fumar umas dez vezes. E até agora, nenhum sinal de Carolyn.
Chegou no hospital com as pernas tremulas, por mais que avó da amiga já tivesse informado que ela estava fora de perigo. Carolyn não estava lá ainda, o que era estranho, pois saindo de casa havia telefonado para ela.
Passou rápido pela recepção. Dona Joana estava sentada em um banco próximo a porta do quarto da neta, observando em um silêncio quase fúnebre.
- Ela está dormindo ? Está Bem ? Eu posso vê-la ? - Perguntou. Estava tão assustada que esqueceu completamente das formalidades.
- Ela está bem, antes de você entrar para vê-la, sabe me dizer o porque ela tentaria se matar ?
Marjorie refletiu um pouco, o motivo estava na ponta de sua língua, mas não sabia se valia a pena dizer. Negou com a cabeça, mas gritava que sim com o olhar, para não dar bandeira, encarou o chão.
- Está bem. Alice não quis me contar o motivo também, quando perguntei ela começou a chorar. Por isso deixei-a em paz... Se a miserável da mãe dela prestasse pelo menos pra vir vê-la... - Disse com rancor. Parecia que odiava a própria filha. Não, mães não odeiam os filhos, apenas se decepcionam com eles.
Marjorie conhecia Alice a pouco mais de um ano, e até então, nunca havia perguntado do paradeiro de sua mãe. Talvez, aquela não fosse a melhor hora para pensar nisso.
Marjorie entrou no quarto com cautela, não sabia em que estados de nervos da a amiga se encontrava. Mediu bem as palavras que iria dizer, pensou em discursos enormes, mas só o que conseguiu pronunciar foi:
- Tu me assustou.
A garota não respondeu, mas abriu os olhos e a encarou. Parecia envergonhada pelo que fez, ao mesmo tempo parecia triste por estar salva. Os canos de borracha já haviam sido tirados, ela estava apenas em observação. Mesmo assim o nariz ainda sangrava por causa da lavagem estomacal.
- Posso fazer só uma pergunta ? ... Foi por causa da Kety ?
Não houve resposta. O silêncio no quarto se amplificou.
Duas horas depois, Alice ainda não havia dito uma palavra s, e Marje já havia saído para fumar umas dez vezes. E até agora, nenhum sinal de Carolyn.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Capitulo Doze
Majorie estava um pouco irritada, logo que desceu do ônibus mas conforme passaram-se as horas do dia se esqueceu completamente daquele cara mal humorado, porém, muito atraente.
Estava deitada na cama com o celular na mão quando recebeu uma mensagem de Carolyn.
" Oww, o Victor me ligou e me convidou pra colar numa festa esse fds"
Droga, com certeza ela iria ir. Será que não via que Victor era um idiota ?
De qualquer jeito, Marje não iria ir nessa festa pela amiga, nem pensar ! Se ela quisesse se ferrar que fosse sozinha.
"Hmm, e tu tá querendo ir ? " - perguntou, a mensagem com a resposta demorou um pouco para chegar, para Marje a resposta era obvia, mas precisava perguntar antes de fazer um barraco.
"Não sei, acho que vai ser daora. Vai rolar uma festa na chácara do Renato, lembra dele ? Então, parece que vai dar mó galera ! "
Renato ? Agora sim essa ideia de ir para festa lhe parecia ainda mais ridícula.
"Não sei se é uma boa ideia tu ir nesta festa, depois do que o Victor te fez ... "
" Eu sei que parece meio ridículo, mas é só uma festa não vou ficar com o V. "
Marjorie parou de responder a amiga, pois viu uma atualização de George no facebook.
"Alterou o status para namorando"
Ela respirou fundo, mas as lágrimas já tinham começado a rolar por seus olhos, borrando toda a maquiagem.
* * *
- Carolyn, seu pai e eu vamos sair. - avisou a Sra. Laura da porta do quarto da filha. Ela e o marido eram o que pode se chamar de casal perfeito e animado.
- Tudo bem mãe.
Depois que ouviu o carro sair, Carolyn se levantou da cama e pós-se em frente ao espelho. Passou uma sombra colorida nos olhos, penteou o cabelo e o amarrou em um alto rabo de cavalo.
Meia hora depois a campainha tocou.
A garota correu, estava ansiosa. Chegou a porta da frente e observou pelo pequeno olho mágico; Era ele ! Enxugou as mãos úmidas no vestido leve, e abriu a porta com um sorriso largo. Ele lhe beijou os lábios e esperou o convite para entrar. Carolyn estava com as pernas um pouco moles, e um tipo de calor estranho havia tomado conta do seu corpo.
O convidou para entrar e foram para o seu quarto. Parecia que a voz de Marje ficava vagando pela cabeça dela, mas quando as palavras da amiga iam se encaixando em sua memória, Victor puxava seu corpo contra o dele e pronto, esquecia todos os conselhos.
* * *
- Alice ? - Chamou Dona Joana. A neta estava debruçada sobre a escrivaninha e haviam alguns frascos e alguns remédios sobre a mesa. Jojo entrou em desespero, será que sua pequena Alice estava tentando se matar ? Oh céus, o que ela havia feito para merecer isso ?
Chamou uma ambulância. Dentro de alguns minutos, enfermeiros vestidos de um branco, que não trazia paz, carregavam sua neta para dentro daquele carro frio.
Alice abriu os olhos devagar, e demorou um pouco até entender onde estava e porque estava ali. Olhou para o lado, em uma poltrona, sua avó rezava um terço baixinho. Alice balbuciou qualquer palavra, mas sentiu uma dor aguda no nariz e na garganta, estava entubada. Um líquido negro escorria por aquele cano que entrava por seu nariz. Alguém havia a salvado de seu suicídio. A vó lhe ouviu resmungar. Largou o terço e gritou pelos médicos. Não havia mais perigo.
Estava deitada na cama com o celular na mão quando recebeu uma mensagem de Carolyn.
" Oww, o Victor me ligou e me convidou pra colar numa festa esse fds"
Droga, com certeza ela iria ir. Será que não via que Victor era um idiota ?
De qualquer jeito, Marje não iria ir nessa festa pela amiga, nem pensar ! Se ela quisesse se ferrar que fosse sozinha.
"Hmm, e tu tá querendo ir ? " - perguntou, a mensagem com a resposta demorou um pouco para chegar, para Marje a resposta era obvia, mas precisava perguntar antes de fazer um barraco.
"Não sei, acho que vai ser daora. Vai rolar uma festa na chácara do Renato, lembra dele ? Então, parece que vai dar mó galera ! "
Renato ? Agora sim essa ideia de ir para festa lhe parecia ainda mais ridícula.
"Não sei se é uma boa ideia tu ir nesta festa, depois do que o Victor te fez ... "
" Eu sei que parece meio ridículo, mas é só uma festa não vou ficar com o V. "
Marjorie parou de responder a amiga, pois viu uma atualização de George no facebook.
"Alterou o status para namorando"
Ela respirou fundo, mas as lágrimas já tinham começado a rolar por seus olhos, borrando toda a maquiagem.
* * *
- Carolyn, seu pai e eu vamos sair. - avisou a Sra. Laura da porta do quarto da filha. Ela e o marido eram o que pode se chamar de casal perfeito e animado.
- Tudo bem mãe.
Depois que ouviu o carro sair, Carolyn se levantou da cama e pós-se em frente ao espelho. Passou uma sombra colorida nos olhos, penteou o cabelo e o amarrou em um alto rabo de cavalo.
Meia hora depois a campainha tocou.
A garota correu, estava ansiosa. Chegou a porta da frente e observou pelo pequeno olho mágico; Era ele ! Enxugou as mãos úmidas no vestido leve, e abriu a porta com um sorriso largo. Ele lhe beijou os lábios e esperou o convite para entrar. Carolyn estava com as pernas um pouco moles, e um tipo de calor estranho havia tomado conta do seu corpo.
O convidou para entrar e foram para o seu quarto. Parecia que a voz de Marje ficava vagando pela cabeça dela, mas quando as palavras da amiga iam se encaixando em sua memória, Victor puxava seu corpo contra o dele e pronto, esquecia todos os conselhos.
* * *
- Alice ? - Chamou Dona Joana. A neta estava debruçada sobre a escrivaninha e haviam alguns frascos e alguns remédios sobre a mesa. Jojo entrou em desespero, será que sua pequena Alice estava tentando se matar ? Oh céus, o que ela havia feito para merecer isso ?
Chamou uma ambulância. Dentro de alguns minutos, enfermeiros vestidos de um branco, que não trazia paz, carregavam sua neta para dentro daquele carro frio.
Alice abriu os olhos devagar, e demorou um pouco até entender onde estava e porque estava ali. Olhou para o lado, em uma poltrona, sua avó rezava um terço baixinho. Alice balbuciou qualquer palavra, mas sentiu uma dor aguda no nariz e na garganta, estava entubada. Um líquido negro escorria por aquele cano que entrava por seu nariz. Alguém havia a salvado de seu suicídio. A vó lhe ouviu resmungar. Largou o terço e gritou pelos médicos. Não havia mais perigo.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Capitulo Onze
- Oi, pode conversar ?
"Puta que pariu, esse cara é um chato mesmo."
- Claro, senta ai.
- Olha Marje, eu sei que você nem me conhece, mas queria saber se você não tá afim de ir na minha festa no final de semana...
"Festa ? Desse cara ? Certeza que vai ser um saco"
- Ah, não sei, tenho que ver...
- Vai ser numa chácara, perto de um lago, vai dar mó galera.
- Como é seu nome mesmo ?
"Daora, ela nem lembra do meu nome..."
- Renato.
- Ah, é. Então, eu vou ver, qualquer coisa eu colo por lá. Agora tenho que ir.
Marjorie não tinha a menor pretensão de ir a tal festa, até porque, sequer havia pedido o endereço. Em passos largos foi para o ponto de ônibus, não queria dar trela para aquela conversa. A ultima coisa que ela queria era que ele pensasse que podiam ser amigos.
* * *
Rick estava muito pensativo depois do encontro que tivera com Alice. Talvez a velha amiga, estivesse realmente certa, existia mais na vida do que trabalho. Enquanto pensava nisso sentiu que alguém se sentara ao seu lado no banco do ônibus. Um perfume forte, lhe entrou pelo nariz, e um cumprido fio de cabelo, vermelho fogo, caiu sobre sua calça surrada.
Olhou para o lado e teve a sensação de já ter visto aquele jeito agressivo de se vestir, e aquela insegurança nas mãos. A moça deve ter notado que estava sendo observada, pois virou o rosto e olhou para ele com ar de interrogação. Sim, ele já havia lhe visto, seria impossível esquecer aquela maquiagem carregada. Nem toda aquela sombra preta no olho conseguia disfarçar o pedido de socorro que se dilatava com a pupila. Aquele cheiro que vinha dela, era muito forte, ele começou a se sentir enjoado. Não queria puxar assunto, ela tinha cara de poucos amigos, e bom, ele também não era do tipo de pessoa que conversa com qualquer um. Olhou para a janela.
- HEY ! MEU TÊNIS ! - A estranha garota gritou com raiva. Um cara havia pisado em seu pé, alias ele nem deu importância, deu de ombro e desceu do ônibus. - Filho da puta.
"Puta que pariu, esse cara é um chato mesmo."
- Claro, senta ai.
- Olha Marje, eu sei que você nem me conhece, mas queria saber se você não tá afim de ir na minha festa no final de semana...
"Festa ? Desse cara ? Certeza que vai ser um saco"
- Ah, não sei, tenho que ver...
- Vai ser numa chácara, perto de um lago, vai dar mó galera.
- Como é seu nome mesmo ?
"Daora, ela nem lembra do meu nome..."
- Renato.
- Ah, é. Então, eu vou ver, qualquer coisa eu colo por lá. Agora tenho que ir.
Marjorie não tinha a menor pretensão de ir a tal festa, até porque, sequer havia pedido o endereço. Em passos largos foi para o ponto de ônibus, não queria dar trela para aquela conversa. A ultima coisa que ela queria era que ele pensasse que podiam ser amigos.
* * *
Rick estava muito pensativo depois do encontro que tivera com Alice. Talvez a velha amiga, estivesse realmente certa, existia mais na vida do que trabalho. Enquanto pensava nisso sentiu que alguém se sentara ao seu lado no banco do ônibus. Um perfume forte, lhe entrou pelo nariz, e um cumprido fio de cabelo, vermelho fogo, caiu sobre sua calça surrada.
Olhou para o lado e teve a sensação de já ter visto aquele jeito agressivo de se vestir, e aquela insegurança nas mãos. A moça deve ter notado que estava sendo observada, pois virou o rosto e olhou para ele com ar de interrogação. Sim, ele já havia lhe visto, seria impossível esquecer aquela maquiagem carregada. Nem toda aquela sombra preta no olho conseguia disfarçar o pedido de socorro que se dilatava com a pupila. Aquele cheiro que vinha dela, era muito forte, ele começou a se sentir enjoado. Não queria puxar assunto, ela tinha cara de poucos amigos, e bom, ele também não era do tipo de pessoa que conversa com qualquer um. Olhou para a janela.
- HEY ! MEU TÊNIS ! - A estranha garota gritou com raiva. Um cara havia pisado em seu pé, alias ele nem deu importância, deu de ombro e desceu do ônibus. - Filho da puta.
Rick riu, e nem se dera conta que havia soltado uma gargalhada e não um riso baixo. Ela o encarou furiosa.
- Tá rindo de que ?
- Tanto drama por um tênis ?
- Não é o tênis, é a falta de respeito.
- Tá rindo de que ?
- Tanto drama por um tênis ?
- Não é o tênis, é a falta de respeito.
Assunto encerrado.
Ela devia ser só mais uma adolescente rebelde sem causa. Não valia nem cinco minutos de conversa. Quando o ponto dela chegou, sequer se despediram. Rick ficou um pouco confuso, mas logo esqueceu, tinha um longo dia de trabalho pela frente.
Ela devia ser só mais uma adolescente rebelde sem causa. Não valia nem cinco minutos de conversa. Quando o ponto dela chegou, sequer se despediram. Rick ficou um pouco confuso, mas logo esqueceu, tinha um longo dia de trabalho pela frente.
domingo, 9 de dezembro de 2012
Capitulo Dez
- Victor ? - chamava o Senhor. Ronald da porta do quarto. Estava impaciente, alias, era impaciente. Sua esposa o irritava os nervos, tanto que ele mantinha um caso com uma antiga amiga. Era um homem baixo, sem grande beleza, os olhos miúdos e uma boca sempre zangada.
- Entra... - gritou Victor de dentro do quarto, ainda estava deitado na cama.
- Você precisa ir pro colégio, está atrasado.
O garoto pulou da cama, se vestiu rapidamente e entrou no carro. Quando chegou ao colégio, a primeira aula já havia começado. Biologia. Se sentou ao lado de Renato.
- Tá atrasado em.
- Avá. - respondeu com irritação. Renato parecia ter ficado ofendido, mas logo esqueceu. Falando baixo, para não despertar a atenção da professora, perguntou - E ai, vai rolar ?
- A chácara ? - Perguntou com ar maroto, em seguida, tirou do bolso da calça um chaveiro. - Claro que vai.
Victor sorriu. Essa seria uma das melhores festas que ele iria dar, tinha até chamado um cara para tocar, nada muito grandioso, apenas um cara que tocava violão e estava precisando fazer um bico. Mas ainda era quarta-feira, a festa demoraria muito para chegar.
* * *
Na hora do intervalo, Marje estava sentada em uma escada, conversando com Carolyn, quando de repente um cheiro adocicado e enjoativo pairou no ar. Uma cara ainda mais enjoada, sorriu, um riso amarelo.
- O que você quer aqui Victor ? - perguntou Marje rispidamente
- Me desculpar...
- Não precisa me pedir desculpa. - respondeu
- Não é pra você, é pra Carolyn.
- Para mim ? A essa é boa. Desculpa pelo que ? Por ter me usado e me jogado fora ?
- Desculpa porque sou um idiota.
- Isso você é mesmo. - Marje se intrometeu, não conseguiria perder aquela oportunidade. Victor nem sequer prestou atenção no comentário, olhava fixamente para Carolyn, como se estivesse a seduzindo, hipnotizando.
- Eu estava louco aquele dia. Como pude deixar você daquele jeito ? Perdão, de verdade. Você é linda, maravilhosa, e se nunca mais quiser falar comigo eu entendo, mas por favor me desculpe.
"Que ridiculo" - Marjorie pensava. Discurso ensaiado, pura falsidade. Ela jamais cairia nisso, mas a amiga por outro lado permaneceu pensativa o resto da manhã.
Carolyn sempre dizia que todos merecem uma segunda chance. Mas Victor não merecia nem a primeira. Mesmo assim, toda aquela cena que o garoto fizera, lhe deixara mole.
* * *
Na saída do colégio, Carolyn quase não conversou com a amiga, estava imersa em milhares de pensamentos confusos. Poderia ser mentira dele, mas e se não fosse ? De repente ele poderia ter realmente se arrependido.
- Não me diga que tu tá levando em consideração as coisas que aquele imbecil disse ... - Marjorie quebrou o silencio. A amiga a olhou rapidamente, como se fosse protestar, mas recuou e encarou o chão. - Não acredito nisso !
- Cara, ninguém pode ser tão escroto assim de fuder com alguém e não se arrepender !
- Ele é ! Ou você acha que foi a primeira mina que ele fez isso ?
- Uma hora as pessoas mudam.
- Então okay, vai em frente. - Apertou o passo, deixando a amiga para trás. Entrou no ônibus sem se despedir.
* * *
Renato e Victor conversavam pelo MSN.
" Quantas pessoas vc tá pensando em chamar ? "
" Sei lá, umas minas gostosas e uns amigos... "
" Posso chamar a Marjorie ? "
" Tá zuando né ? A mina me fudeo na ultima festa..."
" Mas a chácara é dos meus pais..."
" Aff, chama então. Mas duvido que ela vá...."
Renato tinha planos para esta festa, ela iria ver que ele era um cara legal.
- Entra... - gritou Victor de dentro do quarto, ainda estava deitado na cama.
- Você precisa ir pro colégio, está atrasado.
O garoto pulou da cama, se vestiu rapidamente e entrou no carro. Quando chegou ao colégio, a primeira aula já havia começado. Biologia. Se sentou ao lado de Renato.
- Tá atrasado em.
- Avá. - respondeu com irritação. Renato parecia ter ficado ofendido, mas logo esqueceu. Falando baixo, para não despertar a atenção da professora, perguntou - E ai, vai rolar ?
- A chácara ? - Perguntou com ar maroto, em seguida, tirou do bolso da calça um chaveiro. - Claro que vai.
Victor sorriu. Essa seria uma das melhores festas que ele iria dar, tinha até chamado um cara para tocar, nada muito grandioso, apenas um cara que tocava violão e estava precisando fazer um bico. Mas ainda era quarta-feira, a festa demoraria muito para chegar.
* * *
Na hora do intervalo, Marje estava sentada em uma escada, conversando com Carolyn, quando de repente um cheiro adocicado e enjoativo pairou no ar. Uma cara ainda mais enjoada, sorriu, um riso amarelo.
- O que você quer aqui Victor ? - perguntou Marje rispidamente
- Me desculpar...
- Não precisa me pedir desculpa. - respondeu
- Não é pra você, é pra Carolyn.
- Para mim ? A essa é boa. Desculpa pelo que ? Por ter me usado e me jogado fora ?
- Desculpa porque sou um idiota.
- Isso você é mesmo. - Marje se intrometeu, não conseguiria perder aquela oportunidade. Victor nem sequer prestou atenção no comentário, olhava fixamente para Carolyn, como se estivesse a seduzindo, hipnotizando.
- Eu estava louco aquele dia. Como pude deixar você daquele jeito ? Perdão, de verdade. Você é linda, maravilhosa, e se nunca mais quiser falar comigo eu entendo, mas por favor me desculpe.
"Que ridiculo" - Marjorie pensava. Discurso ensaiado, pura falsidade. Ela jamais cairia nisso, mas a amiga por outro lado permaneceu pensativa o resto da manhã.
Carolyn sempre dizia que todos merecem uma segunda chance. Mas Victor não merecia nem a primeira. Mesmo assim, toda aquela cena que o garoto fizera, lhe deixara mole.
* * *
Na saída do colégio, Carolyn quase não conversou com a amiga, estava imersa em milhares de pensamentos confusos. Poderia ser mentira dele, mas e se não fosse ? De repente ele poderia ter realmente se arrependido.
- Não me diga que tu tá levando em consideração as coisas que aquele imbecil disse ... - Marjorie quebrou o silencio. A amiga a olhou rapidamente, como se fosse protestar, mas recuou e encarou o chão. - Não acredito nisso !
- Cara, ninguém pode ser tão escroto assim de fuder com alguém e não se arrepender !
- Ele é ! Ou você acha que foi a primeira mina que ele fez isso ?
- Uma hora as pessoas mudam.
- Então okay, vai em frente. - Apertou o passo, deixando a amiga para trás. Entrou no ônibus sem se despedir.
* * *
Renato e Victor conversavam pelo MSN.
" Quantas pessoas vc tá pensando em chamar ? "
" Sei lá, umas minas gostosas e uns amigos... "
" Posso chamar a Marjorie ? "
" Tá zuando né ? A mina me fudeo na ultima festa..."
" Mas a chácara é dos meus pais..."
" Aff, chama então. Mas duvido que ela vá...."
Renato tinha planos para esta festa, ela iria ver que ele era um cara legal.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Capitulo nove
Renato ainda fantasiava os momentos, nem tão agradáveis, que passara com Marje. Ele havia a "salvado", isso deveria contar alguns pontos. Quem ele queria enganar ? Era mesmo um bobo, solitário e carente. Deveria esquecer isso. O celular vibrou. Renato soltou a fumaça de um beck de maconha, que vinha prensando, e atendeu o celular tossindo um pouco. Era Victor.
- Cara, preciso falar com você...
- Diz ai Victor.
- To querendo armar um lance pra esse final de semana, mas na minha casa não da mais.
- E ae ?
- Seus pais tem uma fazenda, não tem ?
- Uma chácara, perto do lago...
- Que seja, se acha que rola ?
- Posso fazer rolar.
- Valeu ! Me liga qualquer coisa.
A chácara era muito bem cuidada, os pais de Renato tinham um verdadeiro mimo por aquele lugar, talvez porque tivesse sido próximo aquele lago que se conheceram, besteira romântica. Não seria uma boa ideia colocar um bando de gente bêbada naquele lugar, ainda mais porque tinha um lago, poderia ser perigoso. Mas Renato não pensou em nada disso.
* * *
Alice estava muito atordoada e deprimida com os acontecimentos dos dias anteriores. Não sabia o que devia fazer. Insistir, e lutar por Ketelyn, seria causar ainda mais problemas para todos. Porque a mãe dela não podia apenas entender isso ? O que havia demais ? Alice era uma garota, mas e se fosse um menino ? De repente tudo seria simples e perfeito ?
Ketelyn andava indo com frequência para o hospital. Estava sempre cansada. E de uns tempos para cá vinha perdendo muito peso. E agora, Alice sequer podia saber como ela estava. Se ao menos, ainda estudassem na mesma escola...
Se levantou rapidamente, vestiu uma camiseta listrada e uma calça jeans, calçou os tênis, e saiu pra rua. Precisava andar.
Ia passando pelas ruas, como se estivessem em um clipe, sua dor, sua história, sua vida, era quase teatral. Andou muito, tanto que chegou a um ponto que já não tinha certeza de onde estava. As casas pareciam casas de bonecas, um bairro nobre da cidade. Alice morava muito longe dali. Uma praça, bem arborizada, com bancos novos, e uma grama bem cuidada enfeitava uma daquelas ruas. Sentou-se em um dos bancos, admirada pela beleza do lugar.
Quis esquecer tudo, fingir por um momento que era uma garotinha de vestido rosa de cetim. Que tinha um namorado, play boy, que a buscava as oito horas em ponto com seu carro do ano. Fingiu por alguns instantes que sua mãe era uma senhora de respeito, muito amável e carinhosa, que sempre levava biscoitos e leite para ela. Quis que seu pai fosse um homem trabalhador, queria conhecer seu pai. Ah, como era doce a vida daquele lado da cidade. O cheiro de torta, não de cigarro, era o que sentia no ar. Os problemas não chegavam aquele lugar. Era sereno, e tranquilo.
- Hey ... - Uma voz masculina a fez despertar do seu mundo mágico.
- Ãh ? - respondeu meio zonza.
- O que está fazendo aqui ? - Um antigo amigo, que há muito tempo ela não via, estava a encarando de frente, com um ar preocupado.
De repente, a realidade voltou aos seus olhos. Não existiam casas de boneca, não tinha cheiro de torta no ar, ela não era uma garota de vestido rosa. Ela havia apenas sonhado.
- Caralho, onde eu to ?
- Bem longe da sua casa, e você tá cheirando a pinga.
Agora tudo fazia sentido, ela havia saído para andar, e encontrara uns amigos que estavam indo tomar umas bebidas. Ela só não tinha ideia de onde estava. Olhou ao seu redor para ver se reconhecia o lugar; Era uma praça, mas não era uma praça bonita como dos seus sonhos, mas também não era nada mal. Havia alguns casais, umas crianças brincando de bola.. E havia uma menina, triste, sozinha, perdida, confusa, dormindo sentada em um banco. Era o contraste do lugar.
- Rick, porra, quanto tempo.
- É, e você continua a mesma irresponsável. Dormindo em bancos de praça, sozinha.
- Ah, é que a vida tá foda.
- Vou te levar pra casa...
Rick e Alice haviam se conhecido dois anos atrás em uma festa, se divertiram juntos, e depois continuaram a conversar. Ele era uma espécie de diário para Alice, visando que, se conheceram na mesma época em que ela se apaixonou perdidamente por uma colega de classe. Rick era o único que sabia de tudo isso, também foi ele quem a ajudou. Mas depois da morte de sua mãe, Sabrina, o garoto que existia nele se apagou, e aos poucos foram se afastando.
- Ketelyn, ainda ?
- Pra você ver... Mas e você ? Tem namorado ?
- Não tenho tempo nem para respirar direito, meu trabalho tem me sufocado.
- E porque não arranja outra coisa ?
- Não é assim que funciona... Meu pai não trabalha mais, só vive enfiado dentro de um bar. Arranjar emprego não tá tão fácil assim. Ganho bem onde estou...
- Sei lá, de que adianta ter dinheiro e não ter vida ?
O silêncio reinou.
Andaram lado a lado.
Rick, no fundo concordava com ela. Um lado dele, aquele jovial, de vinte anos, queria sair, comemorar a vida, beijar garotas, como os caras de sua idade faziam, porém um outro lado, o lado de toda a sua maturidade, que deveria ter ao menos uns quarenta anos, o dizia para focar no trabalho, pois farra não o levaria a lugar algum. Respirou fundo, soltou a fumaça do cigarro, e olhou para Alice, balançando a cabeça positivamente. Ela entendeu, apenas sorriu, mas havia entendido.
- Cara, preciso falar com você...
- Diz ai Victor.
- To querendo armar um lance pra esse final de semana, mas na minha casa não da mais.
- E ae ?
- Seus pais tem uma fazenda, não tem ?
- Uma chácara, perto do lago...
- Que seja, se acha que rola ?
- Posso fazer rolar.
- Valeu ! Me liga qualquer coisa.
A chácara era muito bem cuidada, os pais de Renato tinham um verdadeiro mimo por aquele lugar, talvez porque tivesse sido próximo aquele lago que se conheceram, besteira romântica. Não seria uma boa ideia colocar um bando de gente bêbada naquele lugar, ainda mais porque tinha um lago, poderia ser perigoso. Mas Renato não pensou em nada disso.
* * *
Alice estava muito atordoada e deprimida com os acontecimentos dos dias anteriores. Não sabia o que devia fazer. Insistir, e lutar por Ketelyn, seria causar ainda mais problemas para todos. Porque a mãe dela não podia apenas entender isso ? O que havia demais ? Alice era uma garota, mas e se fosse um menino ? De repente tudo seria simples e perfeito ?
Ketelyn andava indo com frequência para o hospital. Estava sempre cansada. E de uns tempos para cá vinha perdendo muito peso. E agora, Alice sequer podia saber como ela estava. Se ao menos, ainda estudassem na mesma escola...
Se levantou rapidamente, vestiu uma camiseta listrada e uma calça jeans, calçou os tênis, e saiu pra rua. Precisava andar.
Ia passando pelas ruas, como se estivessem em um clipe, sua dor, sua história, sua vida, era quase teatral. Andou muito, tanto que chegou a um ponto que já não tinha certeza de onde estava. As casas pareciam casas de bonecas, um bairro nobre da cidade. Alice morava muito longe dali. Uma praça, bem arborizada, com bancos novos, e uma grama bem cuidada enfeitava uma daquelas ruas. Sentou-se em um dos bancos, admirada pela beleza do lugar.
Quis esquecer tudo, fingir por um momento que era uma garotinha de vestido rosa de cetim. Que tinha um namorado, play boy, que a buscava as oito horas em ponto com seu carro do ano. Fingiu por alguns instantes que sua mãe era uma senhora de respeito, muito amável e carinhosa, que sempre levava biscoitos e leite para ela. Quis que seu pai fosse um homem trabalhador, queria conhecer seu pai. Ah, como era doce a vida daquele lado da cidade. O cheiro de torta, não de cigarro, era o que sentia no ar. Os problemas não chegavam aquele lugar. Era sereno, e tranquilo.
- Hey ... - Uma voz masculina a fez despertar do seu mundo mágico.
- Ãh ? - respondeu meio zonza.
- O que está fazendo aqui ? - Um antigo amigo, que há muito tempo ela não via, estava a encarando de frente, com um ar preocupado.
De repente, a realidade voltou aos seus olhos. Não existiam casas de boneca, não tinha cheiro de torta no ar, ela não era uma garota de vestido rosa. Ela havia apenas sonhado.
- Caralho, onde eu to ?
- Bem longe da sua casa, e você tá cheirando a pinga.
Agora tudo fazia sentido, ela havia saído para andar, e encontrara uns amigos que estavam indo tomar umas bebidas. Ela só não tinha ideia de onde estava. Olhou ao seu redor para ver se reconhecia o lugar; Era uma praça, mas não era uma praça bonita como dos seus sonhos, mas também não era nada mal. Havia alguns casais, umas crianças brincando de bola.. E havia uma menina, triste, sozinha, perdida, confusa, dormindo sentada em um banco. Era o contraste do lugar.
- Rick, porra, quanto tempo.
- É, e você continua a mesma irresponsável. Dormindo em bancos de praça, sozinha.
- Ah, é que a vida tá foda.
- Vou te levar pra casa...
Rick e Alice haviam se conhecido dois anos atrás em uma festa, se divertiram juntos, e depois continuaram a conversar. Ele era uma espécie de diário para Alice, visando que, se conheceram na mesma época em que ela se apaixonou perdidamente por uma colega de classe. Rick era o único que sabia de tudo isso, também foi ele quem a ajudou. Mas depois da morte de sua mãe, Sabrina, o garoto que existia nele se apagou, e aos poucos foram se afastando.
- Ketelyn, ainda ?
- Pra você ver... Mas e você ? Tem namorado ?
- Não tenho tempo nem para respirar direito, meu trabalho tem me sufocado.
- E porque não arranja outra coisa ?
- Não é assim que funciona... Meu pai não trabalha mais, só vive enfiado dentro de um bar. Arranjar emprego não tá tão fácil assim. Ganho bem onde estou...
- Sei lá, de que adianta ter dinheiro e não ter vida ?
O silêncio reinou.
Andaram lado a lado.
Rick, no fundo concordava com ela. Um lado dele, aquele jovial, de vinte anos, queria sair, comemorar a vida, beijar garotas, como os caras de sua idade faziam, porém um outro lado, o lado de toda a sua maturidade, que deveria ter ao menos uns quarenta anos, o dizia para focar no trabalho, pois farra não o levaria a lugar algum. Respirou fundo, soltou a fumaça do cigarro, e olhou para Alice, balançando a cabeça positivamente. Ela entendeu, apenas sorriu, mas havia entendido.
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